O perigo do contrato de gaveta no Litoral Sul de SP 2025

Publicado em 09 de dez. de 2025

Os contratos de gaveta são extremamente comuns no litoral sul de São Paulo.
Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Praia Grande e regiões próximas têm milhares de imóveis que foram negociados apenas com um contrato particular, sem registro em cartório.
E é justamente aí que mora o perigo.

Neste artigo, você vai entender por que esse tipo de negociação é arriscada, quando pode ser regularizado e quais cuidados tomar antes de comprar ou vender um imóvel nessa situação.


O que é um contrato de gaveta?

É qualquer contrato particular de compra e venda que não foi levado a registro no Cartório de Imóveis.
Ou seja:

  • não transfere propriedade,
  • não garante segurança jurídica,
  • não impede o vendedor de revender,
  • e não cria histórico na matrícula.

O comprador recebe apenas posse, não propriedade.


Por que esse tipo de contrato é tão comum no litoral?

Alguns motivos:

  • imóveis sem matrícula ou com transcrição antiga;
  • terrenos em loteamentos antigos que nunca foram regularizados;
  • heranças sem inventário;
  • vendas rápidas feitas entre familiares;
  • falta de orientação jurídica no momento da compra.

O problema é que o comprador acha que “tem escritura”, mas só tem papel sem força real.


Principais riscos do contrato de gaveta

1. Dupla venda

Sem registro, o vendedor pode revender o mesmo imóvel e o comprador original fica sem proteção.


2. Penhora e bloqueios judiciais

Como o proprietário no registro continua sendo o antigo dono, o imóvel pode ser atingido por:

  • execuções trabalhistas,
  • execuções fiscais,
  • divórcio,
  • inventário.

E o comprador perde a posse.


3. Dificuldade de regularização

Alguns imóveis levam anos para regularizar — outros nunca conseguem abrir matrícula.


4. Briga com herdeiros

Quando o vendedor morre, herdeiros podem contestar a venda e travar qualquer regularização.


5. Não dá financiamento

Sem escritura registrada, o imóvel fica fora de qualquer crédito imobiliário.


Como regularizar um contrato de gaveta?

Depende da situação:

Se existe contrato e o vendedor aceita regularizar

Adjudicação compulsória

Se o comprador está na posse há muitos anos

Usucapião

Se faz parte de loteamento irregular

REURB

Cada caminho exige análise técnica e verificação documental.


Quando NÃO vale a pena comprar um imóvel com contrato de gaveta

  • quando o vendedor não tem origem da posse;
  • quando a matrícula tem bloqueios;
  • quando há briga entre herdeiros;
  • quando não existe possibilidade de regularização;
  • quando o imóvel está em área pública ou risco.

Checklist rápido para o comprador

Antes de fechar negócio, verifique:

  • Quem é o dono oficial na matrícula?
  • Existe inventário pendente?
  • O vendedor tem legitimidade?
  • É possível registrar a venda?
  • A posse é mansa e pacífica?
  • Há risco de penhora contra o atual proprietário?

Conclusão

O litoral sul de SP concentra milhares de imóveis irregulares e negociações informais.
Por isso, o contrato de gaveta é um dos maiores motivos de perda patrimonial, briga judicial e prejuízo na compra e venda.

Comprar sem análise técnica é caminhar no escuro.


Precisa analisar um contrato de gaveta?

Realizamos consultoria especializada em imóveis do litoral sul, incluindo:

  • levantamento completo da documentação no cartório e prefeitura,
  • análise de risco jurídico,
  • verificação de possibilidade de regularização,
  • avaliação de cadeia dominial,
  • e, quando necessário, encaminhamento para advogados parceiros especialistas em usucapião, inventário, adjudicação compulsória e regularização.

Entre em contato antes de fechar negócio e evite prejuízo.
Uma análise profissional pode salvar você de anos de dor de cabeça.


Tem dúvida sobre um caso parecido?

Se você está passando por uma situação de posse, usucapião ou reintegração e quer entender melhor seus direitos, envie sua dúvida abaixo. Nossa equipe ou um advogado parceiro pode te responder por e-mail ou WhatsApp.